segunda-feira, 29 de setembro de 2008

ALUNOS APRENDEM LITERATURA FAZENDO LITERATURA

Aprender literatura é, antes de tudo, viver e fazer literatura; é proporcionar uma nova manifestação dos personagens, através de uma (re)leitura coerente e responsável que se faz da obra e do autor; é permitir a ultrapassagem entre os limites do real e do imaginário e é, principalmente, saber apreciar e deliciar-se com as paisagens existentes entre esses dois mundos.
Com a intenção de socializar essa forma de aprender, os alunos da 3ª série 02 registram, através das fotos, o trabalho desenvolvido em sala.


segunda-feira, 8 de setembro de 2008

ALUNOS PARTICIPAM DA OLIMPÍADA DE LÍNGUA PORTUGUESA

Desenvolver a leitura e a escrita implica em ativar mecanismos que são responsáveis pela interação do homem com o seu meio; implica em oportunizar a participação eficiente do ser humano nas práticas sociais, fazendo desse um ser especial pelas interferências inteligentes e letradas que faz com o mundo.
Nesse sentido, considerando o objetivo de aprimorar as habilidades de leitura e de escrita, a Escola de Educação Básica Santa Helena participou da Olimpíada de Língua Portuguesa, desenvolvendo nas aulas as oficinas para o estudo e a produção regulares dos gêneros textuais propostos pela coordenação da Olimpíada: poema, memórias e artigos de opinião.
O trabalho desenvolvido certamente atingiu seu objetivo, pois entre a 1ª produção e a produção final, nas 3 categorias, os alunos demonstraram uma evolução significativa, confirmando a importância do desenvolvimento de atividades letradas que aproximem o sujeito e o meio pelo uso eficiente do idioma.
Eis os artigos de opinião dos finalistas da Escola, Renan Carlos Brugnerotto (Eucalipto, excelente negócio!) e Marcos Vinícius Redel (Eucaliptos: problemas ou solução?) além da poesia escrita pelo aluno Ricardo Back (a Extenoleite) e texto de memórias escrito pela aluna Vanessa de Oliveira (O passado e suas marcas):
Eucalipto, excelente negócio!

Nosso município é basicamente rural e a economia é movida pela comercialização de produtos agrícolas como o milho, a soja e o feijão. Contudo, o cultivo e o comércio da madeira do eucalipto é crescente, porém, existe uma grande controvérsia em relação à proibição do plantio de eucalipto ou não, devido a uma questão muito importante, que é a preservação da água.
Muitos leigos, que não buscam a origem e a comprovação dos fatos, creem que o eucalipto suga a água além do normal, mas as pessoas que buscam a verdade, discordam totalmente, como é o meu caso.
Conforme publicação do jornal SIF, o professor Roberto Ferreira de Novaes, do Departamento dos Solos, da Universidade Federal de Viçosa, e um dos mais conceituados pesquisadores do país, o eucalipto além de ser uma preciosa forma de energia, através da queima de carvão vegetal, também ajuda na preservação das matas nativas, pois em vez de cortar árvores nativas para a fabricação do carvão vegetal, derruba-se eucalipto, que foi plantado exclusivamente para esse fim.
Com a fabricação de carvão vegetal pode-se queimar o ferro e transformá-lo em aço. No entanto, se usássemos apenas a queima de petróleo e carvão mineral, que por sua vez são combustíveis fósseis irrenováveis, o Brasil perderia muito em sua economia, uma vez que o nosso país é o maior exportador de aço do mundo.
Em oposição às opiniões que condenam o eucalipto, o Professor Novaes diz que se não houvessem plantações dessa espécie morreríamos afogados ou de calor, pois o eucalipto absorve a água nos tempos chuvosos e não deixa que a umidade caia bruscamente nos tempos das altas temperaturas. Ele também explica que o eucalipto, por sua vez, suga o necessário para o seu crescimento, que é rápido. Por isso dizem que suga muita água.. Porém, é importante lembrar que por crescer mais rápido, o consumo de água é também interrompido mais cedo, com a derrubada, pois em sete anos o eucalipto já está em porte comercial, em muito menos tempo que outras árvores.
Portanto, afirmo que o plantio de eucalipto não deve ser proibido, pois ele ajuda o meio-ambiente a equilibrar-se e também é uma fonte de renda aos produtores e lucro ao nosso país.




Eucaliptos: problema ou solução?

Na região oeste do Estado de Santa Catarina, mais precisamente no município de Santa Helena, estamos vivendo uma polêmica sobre o florestamento de eucaliptos, que consiste na plantação destas árvores em locais impróprios para a plantação de outros produtos. Na verdade, o que ocorre no município é que se levantou, de forma polêmica, a possibilidade de proibição do plantio deste tipo de árvore, o eucalipto, perto de nascentes, rios e reservas de água, julgando-o ser prejudicial pela quantidade de água que consome.
Alguns depoimentos populares apontam o eucalipto como o responsável pela seca de nascentes e reservas. Porém, do meu ponto de vista, esta opinião não se fundamenta, pois advém de uma mera coincidência, por causa de alguns fatos ocorridos durante o verão, nos quais fontes secaram e, perto delas, haviam algumas árvores de eucalipto. Além disso, dados comprovam que o eucalipto é uma árvore normal e que não absorve tanta água quanto comentado.
A maioria da população é favorável ao florestamento de eucaliptos. Cerca de 80% das pessoas entrevistadas no município dizem que além de ser um investimento a longo prazo, o florestamento também favorece o meio ambiente, através da preservação da fauna e da flora da região.
Por outro lado, os outros 20% da população são contra, pois dizem que este florestamento acaba com as reservas de água, apesar de não haver nenhuma prova científica divulgada a respeito. Além disso, eles dizem que as terras ficarão inativas por anos, sem a probabilidade de plantar nada, ou ainda, sem poder usar as terras como fonte de renda.
Acredito que o florestamento de eucaliptos é um ótimo negócio, pois além de não representar perigo à preservação da água, para pessoas que tem uma fonte de renda em que consigam sobreviver com a utilização de poucas terras, o restante destas podem ser utilizadas para o florestamento. Assim, essas pessoas estarão preservando as terras, pois não é necessária a utilização de agrotóxicos, além de preservarem a fauna e estimularem a restauração da flora do município e de toda a região.





A Extenoleite

A cidade fica toda colorida
as flores seu perfume exalam.
Santa Helena é a mais florida
das cidades que falam

Ninguém sai sem nada
tem festa de montão.
Tem baile pra moçada
e chamego para o coração.

Lá tem vaca e bezerra bonita
pequenos animais são atração.
As melhores vacas levam a fita
e pra todo gosto é a programação

Isso é um pouco, nem metade
Que maravilha a festa do queijo!
Todos comem à vontade
E as rainhas levam beijo.


O passado e suas marcas

Pelas fortes lembranças de meu passado, revelarei parte de minha infância e adolescência...
Tudo começou quando vim ao mundo, eu era o quarto filho do casal Joasino Dias de Oliveira e Maria Teodoro de Oliveira. Pelo que me lembro, tínhamos uma vida harmoniosa, apesar da triste falta de recursos financeiros.
Nossas brincadeiras eram muito divertidas, brincávamos de jogar bola; a bola era feita de retalhos de couro de gado; peteca, ótima diversão, era feita de palha de milho usada; brincávamos também de carreto de madeira, que era minha brincadeira favorita.
Já minhas irmãs pulavam corda e passavam a maior parte do tempo com suas lindas bonecas, feitas com as folhas e sabugo de milho. Não era só brincadeira não, eu e meus irmãos mais velhos ajudávamos nossos pais no plantio da lavoura. Meu pai fazia as vergas, meus irmãos mais velhos também ajudavam. Eu, como era o mais fraco e pequeno, jogava três sementes no buraco e logo atrás vinha uma das minhas irmãs, para tapar o buraco.
Além do trabalho na lavoura criávamos gado de corte, porcos e algumas galinhas. Enquanto isso nossa mãe ficava em casa para fazer nossas roupas em uma velha máquina de pedal, porque na época não havia energia elétrica, com muito manuseio em seus pés, fabricava nossas roupas, as quais usávamos para passear e trabalhar. Minhas irmãs usavam vestidos de chita e do famoso “volta-mundo”. Para proteger os pés, no inverno, usávamos pelúcia, congas e alpargatas; também usávamos calças de brim, camisetas e bermudas em outras ocasiões. Roupas novas só eram usadas para ir às festas de fim de semana e também para ir à igreja.
Tínhamos que caminhar seis quilômetros para chegar à igreja e como não havia cavalos ou jumentos, que eram os “carros importados” da época, era o que podíamos fazer. O caminho se tornava distante além do que era de fato porque nós fazíamos pirraça o caminho todo, mas afinal, sempre chegávamos à igreja de Nossa Senhora de Aparecida.
Um dos acontecimentos mais tristes de minha vida foi a morte de meu pai. Ele mesmo tirou sua vida, por motivos desconhecidos; escutamos um estrondo que parecia um tiro, saímos em disparada e avistamos nosso pai caído com um tiro fatal no peito. Acabamos por ficar sozinhos, sem o chefe da família e minha mãe assumiu o comando de nosso humilde lar e com muito esforço nos criou até ser vítima de uma doença muito forte. Assim foi porque na época não havia os recursos que a medicina avançada tem hoje, e foi um grande sofrimento ver minha mãe em cima de uma cama sem que pudéssemos fazer algo para ajudá-la. Após muita luta, veio a falecer, após dois anos enferma combatendo a doença mais enganadora que já conheci: o câncer.
Passado um tempo cada um de nós decidiu ver o mundo de frente e conseguir conquistar nossos objetivos. Hoje tenho cinco filhos e três netas maravilhosas.
No mundo temos tantas coisas desagradáveis, mas considero que enfrentar tudo isso foi muito mais um grande mérito do que qualquer outra coisa.